Neste “Lírios idiomáticos e sementes cadavéricas” não quis falar propriamente do idioma, tampouco das plantas liliáceias, com suas flores níveis e odoríferas. Todo o livro se revela em silêncio e escuridade. Portanto, os lírios idiomáticos que falo neste livro certamente estão muito aquém dos símbolos da pureza ou da fala, e bem próximos dos símbolos do imaginário semiótico, que são recorrentes em toda a minha obra.
Lírios idiomáticos e sementes cadavéricas
Cód: 900 N1553164224348
Formato: 14 x 21 cm
Tipo de Capa: Capa cartão - brilho
Tipo de Acabamento: Brochura sem orelha
Tipo de Papel: Offset 75g
Cor: Preto e branco
Páginas: 88
Edição/Ano: 1ª
Idioma: Português
Peso: 129
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Pagamento
100% Seguro
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Alufa-Licuta Oxoronga, inconsútil vivente. Nascido em útero envelhecido. Em tempo de calmaria. Uterinizado por dentro feito magma. Feito avessado moinho. Desde molecote tem parido angústias. Tem gestado grãos em avessamento de moinho. Ainda menino se achou rabiscador de terreiros. De palavras. De desenhos. De sonhos. O palavreado mais parecia brisa ao entardecer. Os desenhos, orvalhos se entregando ao sol. Os sonhos, caminhos brotados de tempo. Mais tarde se descobriu apanhador de silêncio e solidão. De tanto escrever, pintar, sonhar e sentir, pulsou para dentro de si um gosto amargo de ser. De um existir-existindo que mais parecia negros escorpiões nas fendas escuras das paredes de taipa. Mais parecia a mudez de uma madrugada em tempo de intermitente chuva. Desde então tem trilhado o inóspito caminho da esperança. Em espera e andanças. Em agônicos (e diários) sentires. Dos esgarçados verbos e do entrelaço da fala e da escuta tem feito o seu existir.