E foi assim, em um estampido, no clarão de uma manhã por dentro de um silêncio sepulcral, que nasceu “A vestidura da voz”, e espero de todo coração, que tu, leitor, também possas encontrar as vestes certas para a tua voz. Pois que as vestiduras deste livro, embora minha (e doravante tua, leitor) já está posta sobre o corpo que lhe cabe.
A vestidura da voz
Cód: 901 N1553142712601
Formato: 14 x 21 cm
Tipo de Capa: Capa cartão - brilho
Tipo de Acabamento: Brochura sem orelha
Tipo de Papel: Offset 75g
Cor: Preto e branco
Páginas: 104
Edição/Ano: 1ª
Idioma: Português
Peso: 149
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Pagamento
100% Seguro
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Alufa-Licuta Oxoronga, inconsútil vivente. Nascido em útero envelhecido. Em tempo de calmaria. Uterinizado por dentro feito magma. Feito avessado moinho. Desde molecote tem parido angústias. Tem gestado grãos em avessamento de moinho. Ainda menino se achou rabiscador de terreiros. De palavras. De desenhos. De sonhos. O palavreado mais parecia brisa ao entardecer. Os desenhos, orvalhos se entregando ao sol. Os sonhos, caminhos brotados de tempo. Mais tarde se descobriu apanhador de silêncio e solidão. De tanto escrever, pintar, sonhar e sentir, pulsou para dentro de si um gosto amargo de ser. De um existir-existindo que mais parecia negros escorpiões nas fendas escuras das paredes de taipa. Mais parecia a mudez de uma madrugada em tempo de intermitente chuva. Desde então tem trilhado o inóspito caminho da esperança. Em espera e andanças. Em agônicos (e diários) sentires. Dos esgarçados verbos e do entrelaço da fala e da escuta tem feito o seu existir.