Sempre me fascinei com o enunciado Bíblico da criação, enunciador básico da celebração e do caos. Sempre me fascinei do poder inventivo de Deus, das possibilidades por Ele geradas para que, do caos venha a existir um mundo harmonioso (quando falo em harmonia não quero dizer, necessariamente, um mundo de paz, de respeito mútuo, de solidariedade à existência do outrem, mas, um projeto de coexistência possível, mesmo em unidade e dispersão).
A celebração do caos
Cód: 899 N1553210212949
Formato: 14 x 21 cm
Tipo de Capa: Capa cartão - brilho
Tipo de Acabamento: Brochura sem orelha
Tipo de Papel: Offset 75g
Cor: Preto e branco
Páginas: 90
Edição/Ano: Segunda/2019
Idioma: Português
Peso: 132
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Pagamento
100% Seguro
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Alufa-Licuta Oxoronga, inconsútil vivente. Nascido em útero envelhecido. Em tempo de calmaria. Uterinizado por dentro feito magma. Feito avessado moinho. Desde molecote tem parido angústias. Tem gestado grãos em avessamento de moinho. Ainda menino se achou rabiscador de terreiros. De palavras. De desenhos. De sonhos. O palavreado mais parecia brisa ao entardecer. Os desenhos, orvalhos se entregando ao sol. Os sonhos, caminhos brotados de tempo. Mais tarde se descobriu apanhador de silêncio e solidão. De tanto escrever, pintar, sonhar e sentir, pulsou para dentro de si um gosto amargo de ser. De um existir-existindo que mais parecia negros escorpiões nas fendas escuras das paredes de taipa. Mais parecia a mudez de uma madrugada em tempo de intermitente chuva. Desde então tem trilhado o inóspito caminho da esperança. Em espera e andanças. Em agônicos (e diários) sentires. Dos esgarçados verbos e do entrelaço da fala e da escuta tem feito o seu existir. Tem vasculhado as nervuras da vida