... Em minhas mãos, o punhado de areia principiou a escorrer lentamente através dos vãos entre os dedos. Por mais que eu os apertasse, diversos grãos, ainda assim, conseguiram escapar. Desisti. A areia, como o próprio fluxo da vida, não poderia ser aprisionada e nem tampouco detida. Afrouxei as mãos e, respirando um novo fôlego naquele afã de liberdade, a areia escorreu rápida e livremente, esparramando-se com a ajuda do vento, indo juntar-se à praia indiferente. Olhei para minhas mãos. Elas sempre foram pequenas, pequenas demais para tamanho sonhos que desejavam alcançar - tocar sim; prender, jamais - e esfreguei uma palma de encontro a outra a fim de livrá-las de vez de todos os grãos de areia. Percorri o olhar adiante de mim, naquela faixa de litoral que parecia não encontrar fim... Ah, rimou! Sim, sim... e sim! E ia longe, lá longe, aquela metáfora da vida, do tempo, dos sonhos perdidos, presentes e ainda por encontrar...
A VOZ DO OCEANO
Cód: 12406 N12406
Formato: 14 X 21
Tipo de Capa: Cartão Fosco
Tipo de Acabamento: Brochura c/ Orelha
Tipo de Papel: Off Set - 75g
Cor: P & B
Páginas: 112
Edição/Ano: 1/2023
Idioma: Português
Peso: 196
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Paulistano e neto de japoneses, nascido a 01/02/1961. Agraciado com o Prêmio Jerônymo Monteiro (Isaac Asimov Magazine, ed. Record), por "Como a Neve de Maio". Colaborador das revistas digitais Conexão Literatura e LiteraLivre. Participou de mais de duzentas antologias, incluindo "Vozes e Ecos ", lançado recentemente pela PerSe. Escreveu: "Limbographia", "O Olhar de Hirosaki", "Os Fantasmas de Vênus", "Sob as Folhas do Ocaso", "Cinza no Céu", "Era uma Vez um Outono", "Vozes e Ecos" etc.